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“A política adora a traição, mas despreza o traidor”, qualquer semelhança, é mera coincidência

Faz cada vez mais sentido a frase de Ulisses Guimarães: ”A política adora a traição, mas despreza o traidor.”

Não entendo a surpresa de alguns essa reaproximação da “velha raposa política”, Carivaldo Souza, com o PT de Rogerio Carvalho de tantas histórias. Em política, uma aliança, assim como um rompimento “definitivo” sempre tem data de validade. Dependendo dos interesses de momento um acordo fechado hoje pode ser esquecido amanhã.


Nicolau Maquiavel afirma em O Príncipe que o governante deve agir segundo a moral sempre que possível, mas deve infringi-la somente quando for isso necessário para a manutenção do poder. A regra, portanto, é a conquista e a manutenção do poder.


Durante muito tempo muitos resumiram esta passagem com a máxima “os fins justificam os meios” esta lógica de 500 anos serviu, serve e servirá para justificativa de pequenos pecados às piores traições. Também é de Maquiavel a seguinte frase: “um senhor prudente, portanto, não pode nem deve cumprir a palavra dada quando tal cumprimento se volta contra ele e as razões que levaram a assumir o compromisso não existem mais”. Será?


A traição faz parte do jogo político porque as conjunturas mudam. Na política trair ou realizar acordos inusitados para chegar ou se manter no poder faz parte do jogo. Principalmente quando se está em busca de projetos pessoais. Secretaria de Esporte do Estado ?


O ciclo de Governo na política brasileira é dividido em três componentes: o eleitoral, o político e o ideológico. O eleitoral é sempre o mais efêmero. Só existe para ganhar as eleições e tem sempre objetivos periódicos e determinados. O resultado são alianças fugazes entre pessoas que nem sempre possuem afinidades programáticas. Claro que não me refiro em hipótese alguma ao Jovem Deputado Marcelo Sobral, que é amigo do povo de Macambira a mais de 40 anos.


Enfim, a ideologia, última integrante, carece de um tempo maior para a consolidação e nem sempre consegue se firmar. No Brasil porque não em Macambira o fator ideológico é o menos importante entre as figuras políticas. Tanto faz Chico como Francisco, desde que meus projetos pessoais se concretizem.


Na política propriamente dita a engenharia para ganhar as eleições se sobrepõe ao componente ideológico. Com a finalidade de se chegar ao poder todas as alianças político-partidárias são bem-vindas, todas até mesmo aquela que você nunca esperava, mesmo que tragam alianças para muito além do seu próprio ideário ideológico. O alto grau de personalização política e uma baixa institucionalização dos políticos contribuem para este quadro de instabilidade. É assim há muito tempo e nossa frágil democracia vem demonstrando isso.


Quem não percebe essa fragilidade tende a flertar ora com o populismo ora com o autoritarismo, chegando às vezes até o coronelismo.


Nada mais coerente de que voltar ao pensamento de Maquiavel, quando diz que “o desejo de conquista é coisa verdadeiramente muito natural e ordinária, e sempre que os homens capazes da conquista a realizam serão por isso louvado e não censurados; mas quando não a podem fazer e desejam fazê-la de qualquer modo, eis que estarão presentes o erro e a censura”.


Qualquer semelhança, é mera coincidência !

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