A operação foi realizada nos municípios de, Macambira, Campo do Brito e São Domingos. A ação policial resultou na apreensão de mais de R$ 23 mil, veículos, drogas e armas de fogo
O resultado da Operação Faroeste Caboclo, deflagrada em conjunto pelas polícias Civil e Militar, foi de 19 prisões, além de três outros suspeitos que entraram em confronto com as forças de segurança pública durante o cumprimento de decisões judiciais decorrentes de sete meses de investigação na região das cidades de São Domingos, Macambira e Campo do Brito, totalizando 22 investigados localizados. A ação policial, que teve a primeira fase deflagrada na última sexta-feira, 5, teve como objetivo a desarticulação de um grupo criminoso que atuava no tráfico de drogas. A operação também resultou na apreensão de mais de R$ 23 mil, além de veículos, drogas e armas de fogo.
As investigações apontaram a venda das drogas em Itabaiana, Lagarto, Frei Paulo, Ribeirópolis e Nossa Senhora da Glória. A operação é fruto do trabalho conjunto entre as Delegacias de Campo do Brito, Macambira e São Domingos e da 1ª Companhia do 3º Batalhão de Polícia Militar (1ª Cia/3º BPM). O Grupamento Tático Aéreo (GTA) atuou com o objetivo de evitar fugas dos suspeitos ao cerco policial.
Ainda como resultado da operação, as polícias apreenderam dois carros, cinco motocicletas, mais de 20 celulares e dois tabletes. No tocante às drogas, a ação policial resultou na apreensão de 29 tabletes de substância semelhante à maconha, 36 papelotes de maconha, 34 pedras de crack, 105 gramas de crack, 27 pinos de cocaína, 750 gramas e porção ainda pura de cocaína. Já no que se refere às armas de fogo, as polícias apreenderam quatro armamentos. A ação também resultou na localização de cadernos com anotações suspeitas de serem registros do tráfico de drogas e insumos para a venda dos entorpecentes.
Elucidação de mortes
Com a conclusão da Operação Faroeste Caboclo, foram finalizadas as investigações sobre três homicídios e dois latrocínios. O primeiro caso foi o da morte de Marco Almeida, no dia 3 de abril de 2020. A arma utilizada no crime foi um revólver calibre 38. A vítima foi encontrada morta no povoado Brito Velho, em Campo do Brito. Mais de R$ 1 mil foram levados da vítima. A investigação apontou para um latrocínio, tendo como suspeito apontado pela investida criminosa Fagner Antonio Lima Rosa, conhecido como “Vigia”. O investigado acabou sendo morto no dia 1º de fevereiro.
A investigação de homicídio concluída com a operação da última sexta-feira, 5, foi a que apurou a morte de Elvis Andrade Souza, conhecido como “Cabelinho”, 24 anos. O crime ocorreu no dia 26 de novembro do ano passado. A arma do crime foi uma pistola calibre 40. Dois homens chegaram numa motocicleta e fizeram 13 disparos contra a vítima, sendo 11 na região da cabeça. Dias antes, os suspeitos fizeram ameaças à vítima em uma suposta cobrança relacionada ao tráfico de drogas.
O segundo caso de homicídio que teve a investigação concluída com a Operação Faroeste Caboclo foi o que vitimou Eliandro Freitas Limas, suspeito de participação na morte de Elvis Andrade Souza. O caso ocorreu no dia 25 de dezembro de 2020. A arma do crime foi uma pistola calibre 40, da qual foram feitos sete disparos. O corpo foi abandonado em um terreno ao fundo de um condomínio de casas no povoado Mulungu, em São Domingos. A investigação apontou que o homicídio foi decorrente da participação na morte de Elvis.
O terceiro homicídio com o procedimento investigativo concluído foi o de Fagner Antonio Lima Rosa, de 33 anos. O crime ocorreu no dia 1º de janeiro de 2021. Na investida, foram utilizadas duas pistolas, sendo uma de calibre 40 e outra 380, com mais de 30 disparos. Já no segundo caso de latrocínio, a vítima, Francisco de Lima, conhecido como “Chico da Batata”, foi morta no dia 2 de janeiro. A arma do crime foi uma pistola calibre 380. A vítima estava em uma rodovia, sentido Campo do Brito - Itabaiana, quando foi interceptada e atingida, capotando o carro em seguida. A vítima estava com R$ 1,3 mil.
Investigação
Segundo o delegado Wilkson Vasco, a investigação obteve três vídeos com investigados ostentando armas de fogo. Em um deles, um investigado atira diversas vezes para o alto. O vídeo foi usado, por ele, a fim de confirmar a veracidade de suas ameaças e vingar a morte de um dos assassinados na luta pelo ponto de drogas. Devido ao forte combate às ações criminosas, realizado pelas polícias, Civil e Militar, o único local que ainda tinha uma criminalidade elevada nas três cidades era o conjunto Albano Franco, popularmente conhecido como “Serra”, em São Domingos.
Dezenas de denúncias apontaram que a “Serra” era um local onde organizações criminosas voltadas ao tráfico de drogas geravam temor à população, através de coação e extorsão, sempre com o uso de arma de fogo, assim como o grupo criminoso buscava dirimir conflitos dos moradores locais da forma como queriam, impedindo que os mesmos buscassem o devido apoio policial e consequente julgamento democrático pelo Poder Judiciário.
Forças de segurança
A ação policial contou com a participação da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core), do Grupamento de Ações Táticas do Interior (Gati), da Companhia Independente de Policiamento com Cães (CIPCães), Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), Coordenadoria de Polícia Civil do Interior (Copci), Superintendência da Polícia Civil (Supci), Grupamento Operacional Especial (GOE), Companhia Independente de Operações em Área de Caatinga (Ciopac), Delegacias de Itabaiana, Ribeirópolis, Nossa Senhora Aparecida, Lagarto, Simão Dias, Maruim, Laranjeiras, Carira, Malhador, Moita Bonita, Nossa Senhora da Glória, Frei Paulo, Areia Branca, Ilha das Flores, Brejo Grande, Pacatuba, Malhada dos Bois, Cedro de São João, São Francisco e Estância, Grupamento de Operações com Cães (GOC - Guarda Municipal de Aracaju).
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